O que leva um profissional a estar satisfeito em seu trabalho? Levantamentos e pesquisas acadêmicas indicam fatores como características e condições de trabalho, desenvolvimento profissional, relações interpessoais, rotatividade e outros. Embora pareçam contextos fáceis de alcançar, há muito o que melhorar no mercado brasileiro: 4 em cada 5 profissionais consideram mudar de carreira ao longo da vida.
Os números são de uma pesquisa realizada pelo ADP Research Institute, uma instituição de pesquisa voltada a temáticas do trabalho, publicada em 2022. O levantamento traz também panoramas sobre o desejo de transição de carreira em outros países da América Latina e sobre a vontade de empreender.
Neste artigo do Caderno Nacional, entenda as motivações para a busca por uma nova rota profissional e veja outras informações relevantes reveladas pela pesquisa.
Insatisfação regional
Para a pesquisa foram ouvidos 17 países em todo o mundo, considerando a opinião de aproximadamente 33 mil trabalhadores. Além das três nações citadas anteriormente, participaram da pesquisa profissionais de países como Estados Unidos, China, França, Alemanha, Itália, Polônia, Espanha, Reino Unido, Índia, Austrália e Canadá.
Poderia ser intuitivo pensar que o mercado de trabalho brasileiro passa por esse momento de insatisfação profissional de maneira isolada. No entanto, a pesquisa da ADP indica que o movimento é maior: outros países latino-americanos mostram um índice alto de profissionais que gostariam de mudar de carreira.
Na Argentina, 79% dos profissionais anseiam a transição; já no Chile, o número é ainda maior do que no Brasil: 83% dos trabalhadores não estão plenamente satisfeitos com suas escolhas profissionais e gostariam de fazer uma mudança.
Os países latino-americanos apresentam os maiores índices de insatisfação profissionais em toda a pesquisa. Como comparação, a porcentagem de trabalhadores que afirmam gostar de um dia de trabalho na América Latina é de aproximadamente 15% (no Brasil, 12%), enquanto em outras partes do mundo a proporção de profissionais satisfeitos com sua rotina de trabalho mais que dobra.
Por que tanta sede em mudar de carreira?
Os motivos apontados pela pesquisa são diversos, e, apesar das diferenças culturais entre os países latino-americanos, as razões principais são as mesmas. A falta de progressão na carreira foi o primeiro fator demonstrado, levantado por 47% dos entrevistados. Em seguida, os incômodos são com:
- aumento das responsabilidades sem pagamento extra (42%);
- pagamento incorreto ou atrasado (48% na Argentina, 35% no Chile e 15% no Brasil);
- estresse e saúde mental ruim de modo geral (que, embora não tenha sido apontada como fator primordial para a mudança, aparece como critério para 51% dos latino-americanos);
- situação de moradia e trabalho remoto (possibilidade/impossibilidade).
Além disso, a principal mudança considerada pelos profissionais insatisfeitos é empreender, isto é, abrir sua própria empresa (41% na Argentina, 34% no Brasil e 41% no Chile). Mudar de setor, pausar temporariamente o emprego, mudar para emprego de meio período, pedir um período sabático, solicitar aposentadoria adiantada e mudar para modelo de trabalho autônomo/freelance vêm em seguida.
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