Universidades correm para se adaptar ao ChatGPT: entenda

Por Helena Botelho de Souza

Jornalista Freelancer na Caderno Nacional

Publicado em 09/02/2023. Atualizado em 09/02/2023

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Saiba como e porque a novidade do ChatGPT pode ser uma preocupação para universidades e instituições de ensino de forma geral.

Nas últimas semanas, um assunto tem dominado o debate público, alcançando espaço nas redes sociais, na mídia tradicional, no ambiente corporativo e em rodas de conversa: o ChatGPT. A ferramenta de Inteligência Artificial (AI) atualmente é gratuita e acessível e desperta o interesse e a curiosidade dos mais diversos âmbitos da sociedade.

Porém, o potencial e a inovação da ferramenta podem afetar negativamente alguns espaços — é o caso das universidades e instituições de ensino de modo geral. Neste artigo do Caderno Nacional, entenda como e por que a ferramenta pode dificultar o bom funcionamento de instituições de ensino caso não seja aplicado com atenção e cuidado. Continue a leitura!

O que é o ChatGPT


Seu nome vem do verbo em inglês “Chat”, que significa “conversar”, e se une à sigla GPT, da expressão “Generative Pre-Trained Transformer”, isto é, um “transformador generativo pré-treinado”. Seu nome, portanto, explana sua atividade e seu papel: a ferramenta digital “conversa” com o interlocutor humano, providenciando respostas textuais estruturadas e coesas ao que foi pedido.

Embora ainda seja uma tecnologia relativamente recente, o ChatGPT tem impressionado usuários por responder de forma bastante completa, coesa e informativa. Isso porque os textos gerados pela ferramenta têm como fundamento os milhões de conteúdos textuais existentes em sua base de dados.

Seu diferencial, portanto, consiste em identificar rapidamente a estrutura textual e as palavras que são chave para aquele determinado conteúdo, montando em segundos uma resposta plausível para aquilo que o usuário perguntou.

Como ele pode afetar as universidades


Por seu potencial ainda em descoberta, o ChatGPT tem preocupado alguns setores, em especial os educacionais.

Nas últimas décadas, e principalmente após os anos de pandemia de Covid-19, a educação vem se digitalizando em vários âmbitos. Seus processos exigem largamente o uso de arquivos e plataformas digitais, tanto no cotidiano de estudo quanto em momentos pontuais de avaliação do aprendizado.

Com isso, é cada vez mais comum que as instituições de ensino aceitem arquivos digitais como respostas a provas e atividades — e é neste sentido que o ChatGPT pode gerar receio em professores, coordenadores e demais agentes educacionais. A ferramenta pode ser utilizada para gerar respostas para as atividades, fazendo com que o estudante escape da responsabilidade de responder por si próprio.

O uso da ferramenta neste sentido pode ser altamente prejudicial para o desenvolvimento do próprio aluno (que não exercitaria seus conhecimentos) e para a própria instituição e seus professores, que precisariam reestruturar suas disciplinas, adaptando-as para provas orais e trabalhos escritos à mão em vez de documentos digitados.

As instituições de ensino já têm se movimentado nesse sentido. Em Nova Iorque, nos Estados Unidos, a prefeitura bloqueou o acesso ao ChatGPT em escolas públicas. Na França, a universidade Sciences Po também já proibiu o uso do ChatGPT, para evitar fraudes e plágio.

Já no Brasil, de acordo com uma reportagem feita pelo jornal O Estadão, espaços como a  Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a Fundação Getulio Vargas (FGV), a Universidade Presbiteriana Mackenzie e a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) já estudam como adaptar seus métodos avaliativos para a nova realidade. Ainda, avaliam que é melhor ter o ChatGPT como aliado, utilizando a ferramenta de forma positiva para otimizar o processo de ensino-aprendizagem.

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