O mercado de trabalho traz inúmeras oportunidades e permite diversas conquistas para profissionais de ramos variados. No entanto, os caminhos nem sempre são fáceis: preconceitos e diferentes formas de discriminação infelizmente não são raros em espaços que frequentamos ao longo da carreira.
Para além de questões como gênero, raça, sexualidade e religião, outro tópico também provoca situações de preconceito e desconforto é a idade. O chamado etarismo, isto é, a discriminação etária, é bastante comum no mercado de trabalho, frequentemente disfarçado como preocupação por outros motivos, como conhecimento da área e entrosamento com o grupo.
Embora o etarismo seja também mais comumente direcionado a pessoas com mais de 50 ou 60 anos, profissionais mais jovens também podem sofrer pressão e descrença. Um levantamento feito com 6,2 mil pessoas por empresas do ramo de recrutamento e recursos humanos indica que, entre o total de profissionais que já sofreram etarismo no ambiente de trabalho, 24% têm entre 30 e 39 anos.
Neste artigo do Caderno Nacional, apresentamos mais informações sobre a pesquisa e sobre a discriminação em função da idade no ambiente de trabalho. Continue a leitura!
Comentários relativos à idade
As críticas e comentários “inofensivos” feitos a outros profissionais devido à idade podem ter inúmeros vieses e intuitos, sendo um deles o questionamento da capacidade profissional. De acordo com a pesquisa, cerca de 48% dos profissionais com mais de 30 anos já ouviram que o grupo dessa faixa etária tem dificuldade para lidar com tecnologia.
Críticas relacionadas ao comportamento e a soft skills também se mostram comuns: 36% dos participantes da pesquisa relataram comentários afirmando que profissionais mais velhos não são aptos ou não estão dispostos a aprender novas habilidades, ou ainda que não são abertos a novas ideias.
Comentários sobre produtividade, ânimo e resistência também foram mencionados no levantamento, sempre em comparação a profissionais mais jovens. Por fim, ainda no campo comparativo com grupos mais jovens, os profissionais “trintões” também ouviram que os salários dos profissionais mais velhos são muito altos, podendo os mais jovens fazerem trabalho equivalente por valores mais baixos.
Quando o etarismo atinge também os mais novos
Estagiários também costumam sofrer discriminações e passar por situações desagradáveis, porém pelo motivo contrário: serem jovens demais e, portanto, inexperientes. No ambiente corporativo, é comum ouvir piadas e observar ações sobre o trabalho de estagiário, sobrecarregando-os com atividades e retribuindo pouco, tanto financeiramente quanto em termos de apoio e suporte.
Entre os entrevistados, que foram procurados para testemunhar casos de preconceito no trabalho, 42% dos profissionais afirmaram ter presenciado uma ou mais situações que se assemelham às de assédio.
O que esperar do futuro
É fundamental que as empresas, organizações e os próprios trabalhadores percebam que a idade não é um fator limitante, muito pelo contrário: ela pode não só ser uma ponte para públicos-alvo mais velhos, como também é super adaptativa às necessidades de um determinado espaço.
Sejam para mais, sejam para menos, o etarismo e a discriminação devem ser combatidos, pois, além de serem constrangedores, podem também prejudicar e ofuscar ideias, métodos, práticas, feedbacks e outras ações vindas de quem sofre com o etarismo.
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