Desde antes de ingressar no mercado de trabalho, é comum que muitas pessoas ouçam que o ser humano passa cerca de um terço da sua vida trabalhando. A estimativa é baseada na jornada padrão de trabalho atual: oito horas por dia, cinco dias por semana.
A primeira Convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) foi assinada em 1919; o número de 40 horas semanais, com oito horas de trabalho por dia, foi estabelecido em 1935 e se mantém desde então. Contudo, esse modelo tem sido repensado em diferentes partes do mundo, como a Islândia, e vem fazendo sucesso.
Ficou curioso sobre a semana de 4 dias? Confira neste artigo como o sistema tem sido adotado no país e em outros locais, como a Espanha e a Nova Zelândia.
Implantação do modelo
De acordo com informações da BBC News Brasil, os testes com jornadas de trabalho mais curtas tiveram início entre 2015 e 2019. A remuneração dos trabalhadores, contudo, se manteve no valor pago anteriormente.
Os períodos, em vez de considerarem as oito horas diárias do modelo convencional, passaram a considerar jornadas de trabalho de 35 ou 36 horas divididas em quatro dias por semana, segundo pesquisadores do Autonomy, centro de estudos britânico, e da Aida (Associação para a Democracia Sustentável).
Resultados
Com o reajuste das horas e a manutenção do salário, segundo pesquisadores da área, a produtividade se manteve igual ou melhorou na maioria dos postos de trabalho que testaram o modelo. Com menos horas de trabalho por semana, trabalhadores afirmaram se sentir menos estressados e mostraram mais equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
Com o sucesso dos testes, os sindicatos do país passaram a renegociar os modelos vigentes de trabalho. Atualmente, 86% da força de trabalho islandesa foi ajustada e opera em jornadas menores.
Outros países consideram o sistema
Além da Islândia, outras nações têm testado a semana de trabalho mais curta. Na Espanha, empresas testam semanas de 4 dias também como forma de enfrentar as dificuldades impostas pela pandemia do novo coronavírus. Na Nova Zelândia, a Perpetual Guardian e a Unilever também testam o modelo; essa desde 2020 e aquela, desde 2018.
No Japão, o modelo foi testado pela Microsoft em agosto de 2019. Os resultados foram expressivos: com as sextas-feiras de folga, a produtividade teve aumento de 40%. Além das vantagens para o próprio funcionamento da empresa, ao final do período 92,1% dos trabalhadores haviam aprovado o modelo.
Há ainda outras vantagens apontadas em jornadas de trabalho mais curtas: redução nas emissões de carbono, menor número de impressões em folhas de papel e consumo mais baixo de eletricidade.
No Brasil
Embora a ideia ainda seja muito inicial no Brasil, algumas empresas também têm testado o modelo por aqui. É o caso da Zee.Dog, empresa de produtos do ramo pet, que destacou sua forma de atuação em uma reportagem feita pelo Portal G1.
Segundo a reportagem, após a primeira semana com a nova jornada, 100% dos funcionários entregaram suas tarefas no prazo e se mostraram satisfeitos com o modelo.
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