Nomadismo digital e como isso afeta a produtividade

Por Jéssica Dourado

Redatora na Caderno Nacional

Publicado em 11/03/2024. Atualizado em 11/03/2024

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Nomadismo digital isso afeta ou não a produtividade? Para saber mais sobre essa atualização no ecossistema corporativo, leia agora o nosso artigo!

Muitas tendências relacionadas ao mercado de trabalho surgiram na pandemia da Covid-19 e se consolidaram nos últimos anos. Uma delas é a questão do trabalho remoto e também o crescimento do nomadismo digital.


Profissionais que conseguem viajar o país e até o mundo, apenas com seu computador debaixo do braço e desempenhar suas funções de qualquer lugar do mapa (que tenha uma boa internet). Não é uma novidade, mas agora tem mais força e vemos mais por aí.


Quer saber mais sobre o assunto? Então siga conosco neste artigo do Caderno Nacional sobre essa tendência e como ela pode impactar profissionais e empresas. Além disso, fique por dentro de todas as atualizações do ecossistema corporativo e como afetam os negócios de diversos tamanhos e segmentos.

Qual o conceito de nomadismo digital?


Como já se intui pelo nome, esse conceito se caracteriza como um estilo de vida no qual trabalhadores podem aproveitar as ferramentas digitais e tecnológicas para desempenhar suas funções profissionais de qualquer lugar do mundo.


Vale destacar que nem todos os trabalhadores podem usufruir do benefício do nomadismo digital. Apenas aqueles que trabalham normalmente com rotina de back office, que precisam de computador, internet e ferramentas que podem ser usadas de forma digital.


Há quem diga que há diferença entre esse conceito e o de nômade digital. Sendo esse segundo aquele que optou por não ter residência fixa, e que fica de um lugar para outro com certa frequência, sem deixar suas obrigações de trabalho. Já o nomadismo digital se refere a um estio de vida.


De uma forma ou de outra, essa tendência se consolidou e realmente chegou para ficar. E não apenas em solo nacional, mas em grande parte do mundo também.

Cenário do nomadismo digital atualmente


Como dissemos anteriormente, esse movimento não é algo novo, ele já existia, mas a pandemia da Covid-19 intensificou e fortificou esse nomadismo.


Para se ter uma ideia, em 2022 (ainda no período pandêmico), o nomadismo digital já somava aproximadamente 35 milhões de adeptos em todo mundo. Além disso, segundo relatório global de uma empresa especializada em migração, a projeção era de que esses adeptos cheguem em até 1 bilhão até 2035.


“Esse é um caminho que foi criado pela pandemia, sedimentado pelo experimento, pela liderança e viabilizado pela tecnologia”, afirma Bruno Andrade, professor de liderança dos MBAs da Saint Paul Escola de Negócios, em entrevista para o portal infomoney.

Desafios a serem enfrentados para abraçar o nomadismo digital


Trabalhar de qualquer lugar do país ou do mundo, precisando apenas do computador e de uma boa conexão de internet. Parece tudo muito atrativo e apenas vantagens, não é mesmo? Mas a história não é bem assim.


Como temos visto no mercado, mesmo quem tem possibilidades de trabalhar de maneira remota, não pode aderir 100% ao nomadismo digital, uma vez que muitas empresas estão adotando o modelo hibrido, por exemplo.


Além disso, há outros fatores que pode prejudicar tanto os planos do trabalhador que deseja aderir ao nomadismo quanto a empresas que possuem funcionários adeptos a esse movimento no seu quadro de colaboradores.


Vamos ver os dois de forma separada a seguir

Sob a ótica de um negócio


Ainda há muitos negócios e, principalmente, líderes que mesmo já tendo experimentado e até mesmo se beneficiado do trabalho remoto desempenhado pelos seus colaboradores, não confiam e não conseguem aderir 100% ao modelo.


Para que o nomadismo digital se concretize, é preciso que a empresa esteja com as expectativas alinhadas quanto ao tempo e disponibilidade que terá do profissional. As entregas provavelmente estarão em dia, mas a gestão já não pode, por exemplo, contar com reuniões presenciais de última hora.


E isso se torna um desafio se há clientes, por exemplo. Por isso, é preciso que a comunicação interna seja eficiente, os aparatos tecnológicos estejam sempre a favor e que o profissional remoto seja mais autônomo com seus compromissos e nas tomadas de decisões.


Além disso, é preciso uma grande base de confiança e profissionalismo para que a empresa se sinta confiante para deixar o nomadismo digital fluir e acontecer.

No olhar do trabalhador


Os benefícios para quem consegue se adequar a esse formato são os mais variados, principalmente no que se refere a saúde mental.


No entanto, mesmo podendo atuar de forma remota, não são todos os trabalhadores que conseguem se adaptar e fazer funcionar o nomadismo digital em suas vidas. Isso porque, para que um profissional consiga isso, é necessário:


- Disciplina com horários e prazos;


- Compromisso com a equipe e clientes;


- Ter jogo de cintura para lidar com situações à distância;


- Saber se comunicar bem de forma que o presencial não seja determinante;


- Estreitar laços com equipe e clientes, para que não se sintam negligenciados no tratamento;


- Apresentar resultados compatíveis com os de profissionais que ficam no presencial.


Vale destacar que para que tudo funcione da melhor forma, é importante que todas as questões que envolvem essa ausência física da empresa, esteja alinhada no setor de recursos humanos. Para que nenhuma parte se sinta lesada de alguma forma.

Para ficar de olho: legislação sobre trabalho remoto


Não há uma lei que fala sobre necessariamente o nomadismo digital, mas há uma sobre trabalho remoto que pode amparar aqueles funcionários que desejam ingressar nesse estilo de vida.


Essa Lei é a 14.442, que no artigo 75-b diz: “a prestação de serviços fora das dependências do empregador, de maneira preponderante ou não, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação, que, por sua natureza, não configure trabalho externo”.


Ou seja, tudo certo o trabalhador aderir ao nomadismo digital desde que siga desempenhando os trabalhos da empresa da qual é funcionário. Somado a isso, a lei também diz que os colaboradores remotos possuem os direitos e deveres iguais aos profissionais que atuam de forma presencial.


Tudo isso, claro, para aqueles registrados pelo regime do CLT – Consolidação das Leis de Trabalho.

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