Durante o segundo semestre de 2022, o “quiet quitting” foi um dos termos mais mencionados nas redes sociais quando o assunto era trabalho. Viralizado em um vídeo do tiktok, o conceito se relaciona a muitos aspectos do universo do trabalho atualmente: a exaustão, a frequência do burnout e a busca por propósito e motivação.
Não conhece a expressão? Continue a leitura e veja o que esperar do conceito e dos profissionais que o colocam em prática.
O que é “quiet quitting”
Em tradução literal, o termo “quiet quitting” significa demissão ou desistência silenciosa. No entanto, não é exatamente esta a tônica do profissionais que o adotam: a ideia é que o trabalho não é o centro da vida das pessoas e, para justamente lutar contra essa imposição, é necessário utilizar a estratégia de fazer somente o mínimo — ou desistir silenciosamente, que seriam as últimas consequências do quiet quitting.
Embora seja uma questão aparentemente nova para o mercado de trabalho, decorrente de cobranças excessivas de sucesso profissional e atrelação de valor de um indivíduo ao seu trabalho, a existência dessa “corrente” já pode ser explicada por diferentes fatores.
Os principais deles são a insatisfação profissional geral, ambientes de trabalho desagradáveis, má remuneração, sobrecarga, entre outros. Um desses fatores, ou a junção deles, é o que pode “acender o alerta” de profissionais para o quiet quitting.
Momento de exaustão coletiva
Para além de questões pontuais e individuais, como as citadas acima, estudiosos vêm pesquisando as características da sociedade atual e é possível perceber um momento de exaustão coletiva.
Muitos fatores explicam esse contexto. O principal deles é a pandemia de Covid-19, que, além de provocar milhares de mortes e sequelas na população, trouxe também consequências mentais após dois anos de idas e vindas em isolamento social, distanciamento da família, mudanças na estrutura de trabalho, crise econômica, entre outros problemas.
Além da pandemia, questões como a alta exigência do mercado de trabalho, a sobrecarga decorrente da relação trabalho-família e preocupações externas (individuais, sociais, ambientais etc) que podem afetar um indivíduo contribuem para que haja uma “estafa” coletiva, resultando em um desejo de desacelerar e encontrar propósito e bem-estar na vida como um todo.
Desafios de 2023
Para 2023, é possível que o termo chegue a espaços em que ainda não tem força, despertando curiosidade entre profissionais de diferentes ramos. Além disso, as sequelas mentais coletivas da pandemia e as consequências da crise econômica vivenciada nos últimos anos devem se manter pelos próximos meses, fortalecendo o quiet quitting.
Para atenuar esse contexto complexo, é fundamental que empresas busquem se aproximar de seus colaboradores e compreender suas dificuldades individuais e coletivas, oferecendo apoio e compreensão. Individualmente, é importante que cada profissional entenda e acolha seu momento próprio em relação ao trabalho e à vida pessoal, buscando encontrar o equilíbrio entre o bem-estar e a satisfação no trabalho.
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